Um pouco de tudo

terça-feira, 14 de setembro de 2010

LUTO

Sabe o sentimento de impotência? Quando você vê algo precioso morrer, ali nos seus braços e não pode fazer nada? E você tenta gritar, mas a voz não sai. Fica só aquele nó na garganta. Aí você olha pros lados e vê que ninguém dá a mínima. Não importa nem mesmo para aqueles que deveriam se importar. E você já chorou tanto que sente que as lágrimas formaram um caminho fundo no seu rosto. Mas agora elas secaram e ninguém parece notar. Você olha mais de perto e vê que as marcas ficaram só por dentro. Não são mais visíveis, mas existem. E não devem ser vãs. Elas devem apontar um novo caminho a trilhar. Mas só vai ser possível caminhar de novo depois de deixar para trás o peso morto daquela coisa tão especial e preciosa que se foi. É o que espero fazer, no tempo certo. No momento, estou de luto.

CONVERSAS INUSITADAS

Ontem fui almoçar sozinha. E eu odeio almoçar sozinha (quase nem fui). Pra completar, nem estava com tanta fome (o que é realmente impressionante). Pedi licença e sentei numa mesa com mais 3 pessoas. Um casal que conversava animadamente (na verdade, ela falava com a maior animação e ele respondia com monossílabos enquanto comia). E um outro moço, que comia calado como eu. Quando o casal saiu da mesa, ele puxou papo. Eu não tava muito a fim de falar com ninguém, estava muito, muito triste. Mas me peguei ouvindo a história dele, os últimos acontecimentos da sua vida resumidos em alguns minutos. E acabei partilhando um pouco do que tem me acontecido também. Deveria ter sido esquisito. Talvez tenha sido. Nos despedimos na fila de pagamento. Possivelmente nunca mais nos veremos. Porém, saí de lá ligeiramente mais leve (mesmo tendo comido metade da sobremesa que eu nem deveria ter pego, mas peguei porque estava down). Descobri em outra pessoa, um completo desconhecido, a capacidade de enfrentar os problemas e amadurecer. Se ele pode, eu posso também. Por um breve momento, até senti que tudo vai ficar bem...

DA REVOLTA QUE NO FUNDO É TRISTEZA

Meu pai será liberado do hospital hoje. Não porque ele está bem, mas porque os médicos já não sabem o que fazer. Nos disseram pra torcer pro pé dele cicatrizar, pois se isso não acontecer terão que amputar. E eu chorei (mais do que já tinha chorado mesmo antes de saber da notícia).
Há alguns dias escrevi um post de revolta, irritada porque meu pai buscou a situação em que está agora, neglicenciando a saúde por anos. Mas no domingo, passei a tarde toda lá. E eu não me senti revoltada. Só uma tristeza profunda vendo ele ali, deitado na cama, imaginando que talvez ele não consiga mais andar.
Não sabemos bem o que fazer agora, já que ele não mora conosco. Todos trabalham e ainda não conseguimos chegar a uma conclusão sobre quem ficará com ele e como as coisas serão daqui por diante. Eu ainda não estou conseguindo pensar com clareza sobre isso tudo.


3 comentários:

Mauri Boffil on 14 de setembro de 2010 às 18:14 disse...

melhoras ao seu pai, espero que cicatrize e que tudo fique ok.
Esperança, manhenha-a sempre acesa.

Anônimo disse...

vim retribuir a visita lá no blog e me deparei com esses textos profundos.
vc escreve muito bem.
melhoras pro seu pai, é o que eu posso desejar, de verdade.
beijo

Daniel Savio on 15 de setembro de 2010 às 20:34 disse...

Amiga, você sabe que pode contar comigo, não sabe (vulgo, se quiser colo eu te dou)?

É que almas parecidas se atraem, ou talvez era um anjo para te ajudar.

E melhoras para o teu pai.

Fiquem com Deus, amiga e Sobrinho.
Um abraço.

 

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