Algo de bom no meio do caos

sexta-feira, 1 de junho de 2007

Me perguntou o que lhe ofereço de bom. Se fez essa pergunta, nada mais me resta a dizer. Porque eu nunca deveria ter que dizer. Era você que deveria ter capacidade de ver. Não teve. E de quem é a culpa? Sua resposta, certamente, é de que a culpa é minha. Então eu não mostrei nada de bom, não é?

Estranho, então, ontem eu ter sido parada no corredor e recebido elogios de quem me conhece tão pouco. Pois é... O chefe de cozinha veio me dizer que todos aqui da hotelaria falam bem e gostam de mim. E não foi por nenhum interesse ou segunda intenção, não. Digo isso porque ele mesmo me relatou que há outra química (sim, mulher!) que embarca aqui e não desperta a simpatia do pessoal. Fui elogiada por minha educação, inteligência, simplicidade. Por falar com todos igualmente, independente da função que exerçam, com a mesma educação e atenção. E, antes que pense, não estou aqui feliz e sorridente todo dia. Ainda assim, tratam-me bem, com muita consideração até. Os mais observadores perguntam se estou bem, se estou triste ou se aconteceu algo. Eu digo, claro, que não aconteceu nada e está tudo bem; às vezes até forço um sorriso para tranquilizá-los...

Sabe, achei que com você poderia ser diferente, que poderia dizer "não tô bem" ao invés de forçar um sorriso. Até mesmo se nem soubesse explicar o motivo quando você questionava. Ser sincera e falar "não sei". Independente se eu ficasse "estranha" por um dia ou uma semana. Achei que, mesmo que não entendesse, apenas me apoiaria. Mas o que ocorreu foi que você focou apenas nisso (como se eu gostasse dessas fases). Não podia ver mais nada de bom. E nem devia ser surpresa, sempre lhe disse como eu era, como sou. Foi você que me enganou fazendo-me acreditar que era, acima de tudo, meu amigo.

Então, pergunto de novo: de quem é a culpa? Da minha auto-crítica e temperamento com tendência melancólica? Ou das expectativas que VOCÊ criou, apesar de eu ter sido sincera desde o começo?

Meu mundo não é cor-de-rosa. Acha que eu não preferia que fosse? (se bem que, sinceramente prefiro azul)
Pensa que alguém gosta de sentir-se estranha, ou deprimida, ou anti-social? Ninguém (ou quase ninguém) em sã consciência escolhe viver do modo mais difícil, vendo em preto e branco grande parte do tempo. Pelo menos, falo por mim: se tivesse escolha, colocaria as tais lentes rosas... ou quem sabe azuis... Melhor até: multicoloridas!

Mas gritar não vai despertar minha alegria. Afastar-se não me fará sentir apoiada ou amada. Criticar não modifica meus sentimentos pra melhor, nem me faz sentir mais disposta, bem como não provoca uma mudança da noite para o dia.
Ah, e o que você poderia ter feito? Pouca coisa e, ao mesmo tempo, muito. Mas se nem me expondo como fiz você tem a resposta, mais uma vez também não me cabe dizer...

PS: Pelo menos fez algum bem ouvir das pessoas que tenho algumas qualidades (embora eu saiba o quanto sou imperfeita!) e que, de alguma forma, faço com que algumas delas se sintam bem...

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