Dando tempo ao tempo

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Não tem jeito. Vou ter que ficar em terra por enquanto...

Fui conversar com o chefe do chefe do meu chefe (chefia demais, né?) e o cara foi ótimo. Mais de 2 horas conversando comigo. Sabe um senso de humanidade? Multiplica por 10 e dá pra ter uma noção de como ele é.
E confesso que é por causa dele que, por enquanto, não vou bater o pé agora e vou ficar aqui (Sempre tive dificuldade em dizer não. Isso mais a forma como ele pediu fez com que fosse impossível negar colaboração nesse momento. Então, vou dá-la, como, aliás, sempre fiz). Mas preciso continuar pensando que é temporário. Na verdade, penso que será temporário mais do que nunca. Principalmente depois da reunião de hoje em que eu soube (porque eu perguntei, claro!) que os cargos de confiança continuarão sem remuneração (juro que não entendo essa empresa). Assim, prevejo que em 3 ou 4  meses, estarei na sala do chefe do chefe do meu chefe de novo, reiterando que prefiro mesmo embarcar.

E vou esperar tentando pensar nessas coisas o mínimo possível... É o jeito de sobreviver a essa fase (que espero seja mesmo só uma fase).
De qualquer forma, ainda bem que hoje é sexta! E até vou participar da festinha no ônibus (que geralmente detesto), embora não tenha nada a comemorar (exceto o fato de ser sexta-feira e eu não ter que aparecer aqui amanhã e domingo).

Encerrando com uma reflexão:

"Jamais se desespere em meio às mais sombrias aflições da sua vida, pois das nuvens mais negras cai água límpida e fecunda." (desconheço a autoria)

Não é divertido brincar de gangorra se, independente do que aconteça, eu sempre tô lá embaixo

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Um dia, nada pra fazer. Outro dia, um monte de trabalho e os futuros gerentes disputando meu passe. Pois é, meu passe tá valorizado aqui... Pena que eu não ganho nada com isso. Pior: eu PERCO com isso.
Sabe, até vieram conversar comigo sobre a possibilidade de eu conseguir cargos de chefia vindo trabalhar em terra, blábláblá. Quem me conhece sabe que eu nuca tive essas ambições. Não me importa o que pensem. Nunca quis - e ainda não quero - entrar nessas disputas medíocres de poder.

Só uma coisa útil: já falei tudo que eu penso dessa bagaça onde eu trabalho. Pode ser chefe, futuro chefe... Não importa. Já disse pra quem quiser ouvir que isso aqui é mal administrado, que a gestão é ruim, que tô há 8 anos aqui (quem diria que ia durar tanto?) e mesmo fazendo trabalhos elogiados por todos eu não ganho nível nem promoção... Que não gostei da forma como fui tratada pelo atual gerente, que simplesmente resolveu definir minha vida sem minha participação. E sem sequer ter o cuidado de me avisar (porque fui eu que precisei chamar os "chefes" pra conversa. Um absurdo!). Que há tempos não tenho plano de carreira aqui. Que prefiro embarcar, fazer meu trabalho e depois esquecer que isso aqui existe. O mais legal é que tudo que eu falei é VERDADE. Ninguém tem argumentos pra me refutar. Ainda assim, atuam de forma arbitrária. Eles não precisam de argumentos pra dizer: "é aqui que você vai ficar, é isso que você vai fazer e pronto".

A cada dia, vejo minha possibilidade de embarcar mais distante. E eu ainda não consigo achar nada de bom nisso...

Começa uma nova semana (E estou aceitando doações de disposição)

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Pelo andar da carruagem, hoje será mais um dia inútil. É difícil acreditar que me colocaram aqui para ficar vegetando. Mais uma comprovação do eu disse ao gerente (porque não sou como a maioria dos colegas de setor que sofrem da tal Síndrome de Cagaço por ter que Falar com o Chefe): isso aqui precisa é de uma boa administração e gestão, não de mais pessoas. Claro, o que eu penso ou digo não faz nenhuma diferença. Mas, falando, ao menos não vou somatizar minhas frustrações e acabar doente (assim espero).

Não tenho muita esperança de que o RH possa me ajudar. Mas ainda tenho os caminhos alternativos... Não me dei por vencida, não. Porque se eu perder a esperança por completo, dificilmente permanecerei aqui.

Mais uma vez, minha única alegria no final de semana foi meu filho. Ele parece perceber que ando com problemas, então está mais atencioso comigo. Faz aquelas coisinhas fofas que surpreendem a gente... Enfim, transforma essa vidinha medíocre em algo que vale a pena. Filho, estou aqui por você. E essa frase aí em baixo é pra você, meu anjinho levado...

"Um amor mais forte que tudo, mais obstinado que tudo, mais duradouro que tudo, é somente o amor de mãe."- Paul Raynal

É sexta-feira... E nem assim estou feliz.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Eu sei que hoje é sexta-feira. E isso devia me animar. Mas estou triste. Por que? Ora, faltam-me perspectivas. E parece que minha vida entrou em colapso em quase todas as áreas. Acho que é motivo suficiente, né?

Hoje, porém, nem revolta eu consigo sentir. Talvez isso seja a forma que minha mente encontrou de preservar um mínimo de sanidade: manter-se como que anestesiada.

Nem mesmo encontro meu humor ácido e muitas vezes sarcástico. Estou cinza. O sistema está quase me vencendo. É tanta porrada que uma hora a gente vai pra lona. Não, ainda não desisti. Mas cansa ser sempre aquela que tenta remar contra a corrente.

Sempre fui esse peixe fora d’água. Não é fácil. Confesso que hoje, um pouco mais cedo, pensei que talvez eu devesse ser como eles. Seria melhor pra todo mundo. Só que eu não consigo. Não sei como ver as coisas erradas e achar normal. Não sei assistir a inversão de valores no meu ambiente, no meu país e simplesmente pensar “É assim mesmo, não há nada que se possa fazer”. Ao mesmo tempo, sinto-me impotente. Não é uma sensação agradável.

Eu apenas queria dizer isso. Nem pensei em como encerrar este post. Talvez um pensamento inspirador para contrastar com essas coisas melancólicas.

Então, lá vai:

“Não nos salva o enquadramento medíocre e burocrático das almas documentais, mas o vasculhar corajoso dentro de si para encontrar o material essencial, e abraçado a ele saltar, às vezes até mesmo sem rede nem garantia.” – Lya Luft

Bom fim de semana a todos.

Tédio

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Descobri como sou indispensável aqui no escritório. Sabem o que estou fazendo aqui? NADA! Realmente, não sei como fariam isso sem minha presença.
Definitivamente, alguma coisa vai ter mudar.

Essa música é velha. Mas cabe no momento, e preciso me auto-sacanear com meus comentários particulares entre parênteses:

Tédio - Biquini Cavadão

Sabe esses dias

Em que horas dizem nada (sei, estou em mais um desses dias)

E você nem troca o pijama (boa idéia dia desses vir pra cá de pijama. Vou ganhar outro afastamento)

Preferia estar na cama (sem dúvida alguma. Até um coma é melhor que isso aqui)

Um dia, a monotonia (eu diria burrice)

Tomou conta de mim (foi quando aceitei ajudar aqui no administratrivo)

É o tédio (ou depressão?)

Cortando os meus programas (definitivamente não tenho mais vida social mesmo)

Esperando o meu fim...



(Refrão)

Sentado no meu quarto (quarto? Leia-se escritório)

O tempo voa (na verdade tá é passando devagar)

Lá fora a vida passa

E eu aqui à tôa (nem diga!)

Eu já tentei de tudo

Mas não tenho remédio (e olha que tomo anti-depressivo!)

Prá livrar-me desse tédio... (nem uma caixa enorme de remedinhos tarja preta resolve)


Vejo o programa (substituir a frase por "tenho um emprego"... chamar de "trabalho" seria meio ridículo no atual momento)

Que não me satisfaz (óbvio!)

Leio o jornal que é de ontem (jornal = e-mails, no meu caso)

Pois pra mim, tanto faz (não tem nada de útil mesmo pra fazer)

Já tive esse problema (e como!)

Sei que o tédio

É sempre assim

Se tudo piorar (como? Estilo "Joseph Climber"?)

Não sei do que sou capaz... (Colocar fogo no tapete "auto-limpante"? Chegar aqui alcoolizada e vomitar em cima do chefe? Muitas possibilidades)

(Refrão)

Tédio!

Não tenho um programa (substituir "programa" por "trabalho")

Tédio!

Esse é o meu drama (não o único, mas o pior no momento)

O que corrói é o tédio

Um dia eu fico cego

Me atiro deste prédio... (mas deixaria uma carta em braile colocando a culpa na empresa antes de me jogar aqui do 3º andar. Ahn, posso colocar a culpa no governo e seus impostos também? E pensando bem, eu deveria me jogar do 6º andar pra garantir)

E pra fechar, tirinha dos Malvados:
 
 

Revezamento de Egos

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Chega! Depois de alguns posts escritos pelo meu alter-ego "Reclamosaurus indignatus" (quem não entendeu veja o post do dia 15/10/2010), decidi que sim, tá tudo uma droga, mas vou tentar caminhos alternativos. Já começo a ter algumas idéias, o que é um bom sinal. Posso até dizer que estou disposta a perder meu fígado trabalhando num dos barcos que chegam no ano que vem (de preferência, o 1º que chegar). Agora quem está falando é meu alter-ego "Eu sou guerreira e posso vencer qualquer desafio".

Renato Russo já cantava:
"Não aprendi a me render,
Que caia o inimigo, então" (música Metal contra as Nuvens)

Meu alter-ego "guerreira" gosta muito dessa parte da música... rs.

Logo, logo pedirei pra fazer estágio nos barcos (com certeza terei que levar caixas e mais caixas de dramin). Em compensação, posso ser a única mulher trabalhando nos barcos (meu lado "guerreira" gosta de ser pioneiro).
E ainda terei a cara-de-pau de falar com o novo gerente pra dizer que, além de morar em outra cidade, não me adapto aos horários administrativos e preciso de mais de 4 horas de sono ou tenho alteraçãoes psiquiátricas (e nem vou estar mentindo). Como vou passar a ter meus horários regulados por sistema administrativo, teoricamente tenho que chegar aqui beeeem mais cedo. Atualmente durmo por volta de meia-noite e acordo às 5:00. Não tenho condições de acordar às 4:00. Mas sabe? Mesmo chegando mais tarde, meu trabalho rende muito mais do que um monte de gente que chega aqui às 7 da manhã. Então, espero que eles considerem...

Mudando de assunto, estou praticamente escrevendo inglês e já penso que posso até vir a falar! Isso tudo exercitando com um amigo africano que morou na Inglaterra por 2 anos. Porque, cá entre nós, não tenho nenhuma paciência de entrar em cursinhos infinitos de inglês pra estudar as chatices gramaticais. Enfim, eu diria que a melhor maneira de aprender é praticando.
Mas hoje fiquei triste. Recebi a notícia de que o pai desse meu amigo faleceu ontem. Nunca sei bem o que dizer nessas horas porque acho que qualquer coisa que a gente diga, não adianta. Espero que o coração dele encontre serenidade.

PS: Lilica perguntou, eu respondo. O horóscopo personalizado é no Personare.
Ah, e eu sei que um monte de gente acha idiotice, eu mesma acho, mas eu gosto, dá licença? rs. Tem gente que gosta de funk, pô. Por que eu não posso gostar de astrologia? :P

PS 2: Minha carta do dia - 6 de espadas (Lá do Personare também)

"Exercitando a racionalidade pura


Após tanta turbulência emocional, o Tarot nos informa, a partir do arcano 6 de Espadas, que é chegado o momento de exercitar a racionalidade e agir com inteligência lúcida. A voz do coração, neste momento, se encontra prejudicada, de modo que você precisará exercitar o poder da mente e a capacidade do julgamento lógico e imparcial. Ainda que a imparcialidade total seja algo impossível, só o fato de você tentar já garante tranqüilidade à sua alma. Procure, neste momento, afastar-se de turbilhonante rotina, permita-se conhecer outras pessoas, outras opiniões e lugares. Areje a mente para que lhe seja possível compreender os fatos a partir de um viés mais amplo. Esta amplitude de pontos de vista fará toda a diferença num momento crucial.
Conselho: Use a razão e procure se afastar da rotina para poder enxergar as coisas de uma forma mais completa."


Ô fase negra

terça-feira, 19 de outubro de 2010

O que me manteve viva no fim de semana foi Gabriel. Conheci um lado tão carinhoso e companheiro do meu filho, um lado que eu desconhecia antes. Ele ficou o tempo todo comigo, me enchendo de carinho e atenção (geralmente ele está ocupado demais pra essas coisas... rs). E essa foi a única coisa boa que me aconteceu nos últimos tempos. Quanto ao resto, só derrota.

A segunda-feira foi como era de se esperar... Tensa. Fiquei cara a cara com meu gerente, ele me deu bom-dia e eu não respondi. Fiquei muda como uma múmia. Não foi de nervoso, não. Foi proposital. Porque eu não desejo pra ele nenhum bom dia. Quero que ele tenha dias horríveis e semanas infernais. Uma colega minha que viu a cena ficou abismada. Ela perguntou como consegui fazer isso e eu respondi que simplesmente não pude ser tão hipócrita.

Quando chamei o supervisor que achei que tinha me "prendido" aqui (e, sim, ele teve uma parcela bem grande de culpa), ele ficou receoso de conversar comigo na frente de todos. Era tão evidente que eu tava puta da vida, que ele já previa que a conversa ia ser, no mínimo, tensa. Não conseguiu sala de reunião, então fomos conversar na recepção. Falei tudo que eu pensava. Vou perder mais o que?

Falei com meu ex-supervisor também. A este, eu fui só agradecer. Foi o único que me apoiou aqui dentro, abraçou minha causa. E está sendo detonado aqui por um bando de gente babaca e escrota porque, dentre todos, ele é o único líder natural e que tem talento na gestão de pessoas. E foi falando com ele que eu entendi quem realmente ajudou a me prender aqui (pensei que nada me surpreenderia, mas me surpreendeu). Também ficou confirmado que uma pessoa importante não passa de marionete (sim, eu já sabia disso, só não sabia ainda quem estava mexendo as cordinhas. Agora já sei).

Pois é, as coisas funcionam desse jeito. Fulaninho é amiguinho de cicraninho, então vai pra gerência. Não precisa ter mérito nenhum. Um cara enrola trabalho, se dá mal com meio mundo por onde passou, mas vai voltar a embarcar porque está perto de aposentar e quer aumentar a renda. Eu estou enojada. Sei que tô aqui e que essa droga paga minhas contas (ou pagava até agora, porque com a redução salarial possivelmente vou é ficar cheia de dívidas!), sei que sou concursada e blábláblá... Mas odeio tudo isso. Não vou negar: meu currículo tá preparado e penso em fazer outro curso, outro concurso... Qualquer coisa! Mais cedo ou mais tarde, preciso sair daqui ou vou acabar tendo um câncer! Não é possível, eu mereço coisa melhor.

Infelizmente eu não tenho QI (Quem Indique), costas quentes, nem nada do tipo, então permaneço nessa porcaria administrativa. Já terminei o trabalho que estava fazendo. Poderia perfeitamente embarcar amanhã. Mas estou presa. E me sinto sufocando aqui dentro. Quem se importa? Ninguém, claro. Até mesmo quando procurei um certo apoio emocional, só encontrei críticas e discussões. Mas a culpa foi minha. Eu não devia procurar nem esperar nada de determinadas pessoas. Pensando direitinho, foi bom pra eu aprender. Nada melhor que um choque - ou uma ferradura jogada no ar e que acerta direto na cabeça da gente quando já estamos no fundo do poço - pra nos fazer acordar de vez.

"Pensando bem
Não vale a pena
Ficar tentando em vão
O nosso amor não tem mais condição
Por isso resolvi agora lhe deixar de fora do meu coração
Com você não dá mais certo e ficar sozinha é minha solução..."

PS: Quanto a apoio emocional, estou tendo da minha família. No final, é em quem a gente pode confiar mesmo (quando tem um pouco de sorte). E quem tem muita, muita sorte, pode contar também com 2 amigas maravilhosas (é meu caso. Camillinha e Gil são as pessoas que mantem o pouco da sanidade mental que me resta, tornando proveitosos esses dias de escritório).

PS 2: A coisa tá tão feia que nem meu psiquiatra me dá moral. Difícil arrumar vaga pra mim. Meus remédios acabam hoje. Se não tomar amanhã, posso perfeitamente chegar aqui na quinta ou sexta e colocar fogo no tapete autolimpante (What porra is that?) daqui do escritório. Enfim, eu odeio mesmo isso aqui com força. E sinceramente, só ia mandar e-mail pra avisar dos meus planos terroristas pra uma meia dúzia de pessoas que acho que vale a pena preservar (estranho mas, no momento, só me lembro de três pessoas! Deve ter mais no meio dessas 50 pessoas que trabalham por aqui...! Talvez eu lembre antes de acender o fósforo ou isqueiro, apesar de eu nem ter isqueiro porque não fumo).



It´s over.

sábado, 16 de outubro de 2010

Pois é... Acabou. Não vou mais embarcar. Perco dinheiro, minhas folgas e qualquer estímulo pro trabalho já que vou fazer algo que detesto. Terei que cumprir esse horário administrativo ao qual não me adapto. Encarar todos os dias as pessoas que me sacanearam. E o pior: dar adeus aos poucos planos que ainda me restavam.

Estou chorando desde ontem. Fico surpresa porque minhas lágrimas parecem não ter fim. Eu choro, choro, choro. E depois choro e choro mais e mais. Nada me consola. Trabalhei duro, fiz meu melhor. E esse foi meu erro. Estou sendo punida por ter me tornado "imprescindível" e por ser "boa demais no que faço". Ou seja, eu deveria ser mais burra. Mais incompetente. E então poderia voltar a embarcar.

Não tenho nenhuma idéia de como aparecer lá na segunda-feira. Sei que vou fazer alguma besteira. Vou falar o que não devo. Consegui ter um auto-controle enorme na sexta. Mas agora que não tenho nada a perder, o bicho vai pegar.

A vida é injusta. Não acredito mais que a gente colhe o que planta. Não acredito nas pessoas. Não acredito em mais nada.
Estou em depressão. De novo. Não consegui sair do quarto hoje. Pouco importa. Possivelmente vou surtar como já aconteceu antes. Talvez até entrar de licença de novo. Não tem anti-depressivo no mundo que possa me faça sentir melhor agora.

Não consigo pensar. A única certeza que tenho é que não ficarei ali muito tempo. Se não for por ter surtado, será porque eu vou procurar outro emprego. Qualquer um. Mesmo que seja pra ganhar menos. Sei que não há emprego perfeito. Mas eu não aguento mais ver o que vejo ali. Até decidi votar no Serra. Que ele privatize a Petrobras e demita aqueles parasitas que permanecem ali sabe-se Deus porque. Que haja oportunidade de reconhecimento pra quem realmente trabalha. Tá, acho que o surto já começou porque essas coisas que estou dizendo não passam de delírios. Num país como o nosso só podemos mesmo esperar que a incompetência e maldade sejam recompensadas e aplaudidas.

Se ainda estou viva e escrevendo aqui, o responsável é Biel. Ontem, me vendo chorar, me abraçou, me beijou e disse "Chola não, mamãe". Filho, você é a única razão da minha vida. A única coisa que fiz de bom e o que ainda me faz acordar quando um coma seria bem mais confortável que a minha atual situação. Quanto ao resto, fracassei. Fracassei em tudo. 

Minha vida acabou. Tudo agora não passa de mera subexistência.
Acabou-se a esperança. E quando ela morre, nada mais resta. Meu corpo sobrevive, mas eu me sinto enterrada em vida.



Dia de Decisões e eu aqui respondendo questionários...

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Então é assim. Às vezes a vida da gente fica nas mãos de pessoas que nem nos conhecem direito. Eu tento, mas cada dia fica mais difícil acreditar em justiça e recompensa dos nossos esforços. Porém, não vou me precipitar. Vou esperar minha vida ser decidida hoje à tarde. Espero, no mínimo, poder participar da decisão.

Então, pra tentar distrair a mente e evitar um colapso, fiquei respondendo esse questionário que peguei lá no blog Baú do Jamal. Porque, ao contrário de várias pessoas, gosto de responder questionários. Lá vai:


1 – Se me dou bem com a minha sogra?

Sempre me dei bem com todas elas. Teve uma que não se conformava com o fim do namoro com o filho dela e detestava a nova nora. Vivia dizendo “Tathiana era assim ou assado”... Poxa, devia ser uma situação muito chata e talvez esse fosse um dos motivos da nova nora me odiar... Rs.

2 – Qual o seu desafio?

Dar ao meu filho todas as oportunidades que ele merece, vê-lo crescer bem e feliz. E me sentir bem comigo mesma.

3 – O que diria a seu chefe se ganhasse a Loteria?

Não sei se daria satisfação da minha vida pra ele. Talvez escrachasse um pouco dizendo como essa bagaça é mal administrada e que é realmente incrível que a empresa ainda dê lucro com tantos gestores ruins. E diria que estou saindo porque aqui não se valoriza os bons funcionários, só pra deixar a pulga atrás da orelha e fazer o povo pensar que tô indo pra outra empresa...

4 – Que faria se descobrisse que alguém está mentindo pra você?

Muito provavelmente, falaria com a pessoa. Especialmente se fosse alguém importante pra mim. Se não fosse ninguém importante, apenas isolaria o indivíduo.

5 – Se tua casa sofresse um incêndio e pudesse salvar apenas uma única coisa, que salvaria?

Uma coisa só? Meu HD portátil.

Por quê?

Porque ali tem fotos, tem música, coisas de trabalho, coisas que escrevo...


6 – Entra num local com muita gente, que faz?

Depende do local. Se for uma boate, vou dançar! rs. Se for um consultório médico, vou reclamar. Rs. Se for uma baleeira (pra escapar de sinistros da plataforma), vou ficar mareada e possivelmente chamar “Raul”... rs


7 – Vê um recipiente meio cheio ou meio vazio?

Depende do dia.

Por que?

Porque tem dias em que estou otimista e dias em que estou pessimista. Sou imprevisível.


8 – Encontra uma Lampada Mágica. Tem direito a 3 pedidos, quais seriam?

Acho que o primeiro pedido seria ter direito a 10 pedidos! Rs. Por que só 3?


9 – O que te levou a criar um blog?

Vontade de escrever. Quando não tinha blog, escrevia em agendas (é, to ficando velha, definitivamente). Tenho até calo no dedo de tanto escrever. Porque escrever é como uma terapia pra mim.


10 – Se fosse um dinossauro, como te chamaria?

Reclamosaurus indignatus.


11 – Você mudaria algo no seu passado?

Sim. Acho que começaria a trabalhar antes de fazer faculdade. E faria outra faculdade. E não magoaria algumas pessoas que não mereciam. E não teria perdido tanto tempo com gente que não me merecia.


12 – Qual é o teu Sonho?

Ver meu filho crescer bem, saudável e lindo.

Ganhar na mega-sena e não ter mais que me estressar com essa história de ter que trabalhar onde não quero com coisas que não gosto.


13 – O que de mais vergonhoso já fez?

Tenho mesmo que dizer? Bom, então serei sincera... Já traí. E não tenho orgulho disso.


14 – Se fosse um animal, qual seria?

No momento, acho que seria um bicho-preguiça.

Mas adoro baleias e golfinhos.


15 – O que nunca faria por dinheiro?

Matar.

16 – O que ou quem é capaz de te tirar do sério?

Injustiça. Incompetência. Pagar impostos. Gente prepotente e gente burra. São as coisas que mais me tiram do sério.


17 – O que fez na tua Vida de que tenha orgulho?

Tive um filho lindo e inteligente – ele é meu maior orgulho. Outros: cheguei onde estou com meu próprio esforço; me superei em momentos que achei que iria sucumbir; pude ajudar minha família.


18 – Como gostaria de se apaixonar?

Da mesma maneira como sempre acontece: de forma inesperada. E, preferencialmente, sendo correspondida.


19 – Com que personagem, famoso ou não famoso, gostaria de parecer?

Tem algum que come o que quiser e permanece magro? Se tem, seria esse! rs. Bom, lembrei da Magali! rs.


20 – O que mais preza na Vida?
Meu filho. Família. Amigos. E não depender de outras pessoas.


PS: fiquem à vontade para responder também.


PS 2: E no meu horóscopo personalizado:

"Eis que, entre os dias 14/10 (Ontem) e 16/10 (Amanhã), a Lua entra em seu quarto-crescente. O conflito aqui envolve carreira versus anseios pessoais. É bem provável que você, Tathiana, venha a perceber de uma maneira bastante clara todas as coisas que lhe incomodam em seu trabalho ou estudos. A idéia do momento envolve a percepção da defasagem entre o ideal e o real. Há também um choque entre quem você é de verdade e aquilo que a sociedade exige que você seja. Como a fase envolve um conflito, é bem provável que você sinta suas energias vitais em baixa, portanto não é recomendado que você abuse nestes dias, se alimente direito e durma bem, caso contrário pode sentir fraqueza e alterações fortes de humor."
Não poderia estar mais certo.



"Sou brasileira e não desisto nunca"

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Ok. Sem querer ser paranóica, mas estão tentando me sabotar. Entretanto: "Não me entrego sem lutar", como cantava Renato Russo (música "Metal entre as Nuvens").
Eu sei que não tenho cara de burra. Mas talvez eu pareça boba ou coisa assim. Bem, as aparências enganam...




Burocracia e algumas bobagens

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Mais uma vez, esbarro em incompetência e burocracia que atrapalham minha vida. Sabe, gente que trabalha com pessoas deveria entender quanto podem afetar uma vida, para o bem ou para o mal. Mas a maioria não passa de bando de despreparados que pouco se importam. Vale tudo quando o cisco é no olho do outro...

Bem, por questão de ética (sim, isso ainda existe) não vou dizer quais são os setores engessados que não funcionam dentro da empresa onde trabalho, embora vez em quando cite um absurdo aqui e outro ali. Na verdade, se fosse citar, teria que escrever durante uns 3 dias ininterruptamente. Mas eu tenho que falar, escrever, sei lá. Manifestar de algum modo minha incredulidade diante de tanta incompetência numa empresa como a minha, de grande porte.

 Enfim, torçam por mim. As coisas estão prestes a mudar. Mas se não mudarem rápido, eu realmente posso me dar muito mal na mão de gestores que não sabem gerir nada (nem seus próprios egos inflados).

No mais, a vida segue quase tranquila com alguns pequenos percalços (alguns dos quais eu devo evitar). Bons momentos com meu baby, embora eu não considere ter tempo suficiente com ele. E pra não cair na monotonia total, algumas emoções "internacionais"...

Dos últimos acontecimentos

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Eleições – 1º turno:

Dia 3 de outubro, eu votei em Marina. Eu sabia que ia sair de casa em vão para votar por um povo que não vale a pena. Porque brasileiro é burro. Porque eu não tenho orgulho em dizer que é legal que analfabeto possa votar. Penso é que não devia mais existir analfabeto num país como o nosso.

Trilha sonora que tocava no meu MP4 no 1º turno das eleições:

“Eu presto atenção no que eles dizem, mas eles não dizem nada.
(Yeah, yeah)
Fidel e Pinochet tiram sarro de você que não faz nada.
(Yeah, yeah)
E eu começo a achar normal que algum boçal atire bombas na embaixada.
(Yeah yeah, Uoh, Uoh)
...
Toda forma de poder é uma forma de morrer por nada.
(Yeah, Yeah)
Toda forma de conduta se transforma numa luta armada.
(Uoh Uoh)
...
A história se repete mas a força deixa a história mal contada...
...
E o fascismo é fascinante e deixa a gente ignorante fascinada.
E é tão fácil ir adiante e se esquecer que a coisa toda tá errada.
Eu presto atenção no que eles dizem mas eles não dizem nada, nada, nada...” - Engenheiros do Hawaii

Agora, vem aí o segundo turno: preciso escolher entre Dilma e Serra. Preciso mesmo? Que piada!
Cada país com o governante que merece.”, é o que sempre digo.

Mudando de assunto:

Na semana passada foi o meu curso de combate a incêndio e salvatagem. Algumas aulas bem legais, particularmente as de primeiros socorros. Outras aulas muuuuito chatas, pura “encheção de lingüiça”. E eu, a sedentária mor (e única mulher da turma – o que já é normal), depois de combater fogo na terça e pular na água gelada de Rio das Ostras na quinta, parecia ter passado por aquelas máquinas de moer carne umas 12 vezes! Caramba, só não doía meu cabelo! Definitivamente, preciso entrar em forma (qualquer outra que não essa de barril).
Opinião pessoal: prefiro pular de 6 metros de uma plataforma fixa do que pular de 4 metros de um barquinho que balança pra lá e pra cá. Felizmente, pude fazer o curso com meu amigo e fiel escudeiro Daniel (como eu ia superar essas chatices sem você, amigo?). E o melhor: passei (claro!) e já tenho a carteirinha do CBSP. Nada me impede de embarcar agora. Apenas a burocracia e má vontade de uns ou outros. Mas, espero eu, são coisas que podem ser superadas (por bem ou por mal. Aguardem cenas dos próximos capítulos).

Ah, uma observação: obrigada, Deus, por eu não ser obrigada a fazer HUET (pra quem não sabe, o curso simula a queda de um helicóptero numa piscina – que representa o mar, claro – e o povo tem que sair dali de dentro de cabeça pra baixo, olhos vendados... Enfim, é o inferno!)

Observação 2: fiquei dois dias em Macaeca city, longe do meu baby. Chorei, confesso. Fazer o que se eu amo tanto e sinto tanta falta daquele menino lindo, esperto e com um gênio do cão? Mas preciso me preparar. Se é que há preparo pra isso. Acho mesmo é que eu vou chorar baldes e baldes quando embarcar (talvez deixe um tanque reservado só pra isso... pode ser útil na completação. Ok, piadinha infame que só quem é da área vai entender).

Mais mudança de assunto:

Lembram que eu não falo inglês, né? Mas ontem levei mais de 2 horas no MSN com um africano que trabalha na Inglaterra. Pois é. Sabe-se Deus como, mas conseguimos conversar numa boa. Tô quase me achando... Rs. E até meu baby falou o nome dele! É, talvez um dia eu tenha coragem de sair do Brasil, afinal... Mesmo que seja só a lazer.

E terminando:

Daí que hoje é véspera de feriado e cá estou eu, no escritório. “Por que?”, perguntarão os incautos. Simples: porque não tenho folgas pra tirar. Maldita vida no administrativo. Odeio muito tudo isso!

Além disso, “eu sou do povo, eu sou um Zé Ninguém... Aqui embaixo as leis são diferentes...” (já dizia uma música - bem antiga - do Biquini Cavadão. Ok, tô ficando velha mesmo). Assim sendo, meu supervisor offshore nem deu as caras por aqui e o outro supervisor já foi embora há tempos. Mas a escrava Isaura (lerê, lerê...) fica aqui esperando o ônibus pra Campos city. Não, definitivamente, a vida não é justa.

Eu sei que é sexta-feira, mas mesmo assim escreverei bobagens melancólicas

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Um dia depois do outro. E cada vez mais distante de algumas coisas que um dia ousei desejar. Não é uma caminhada indolor. Não vou fingir que é. Seria hipócrita e ridículo. Ainda olho para trás, pra que dizer que não? Mas depois, dou um passo adiante. Aos poucos, vou me afastando – e cada palavra não dita, cada encontro não realizado, só me fazem entender que é assim que deve ser. Sei que chegará a hora em que vou olhar pra trás e ver apenas um vulto do que poderia ter sido. Aí estarei suficientemente longe para que seja indolor. E, então, estarei pronta para novos sonhos.

"Mudaram as estações, nada mudou
Mas eu sei que alguma coisa aconteceu
Está tudo assim tão diferente...
Se lembra quando a gente chegou um dia acreditar que tudo era pra sempre
Sem saber que o "pra sempre" sempre acaba?" (Renato Russo - Legião Urbana)
 

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