Contradições - parte 2

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

- Melhor eu voltar a tomar vitaminas. Acho que meu sistema imunológico não tá muito bom... A insanidade, por sua vez, anda firme e forte!


- E se cada vez eu sei menos sobre o que quero, por outro lado, cada vez sei mais sobre o que não quero. (de qualquer forma, já é parte do caminho, né? rs).


- Muitas coisas pra dizer, mas vontade de falar (ou escrever) menos e sentir mais...


- Confusa como sempre... Feliz como nunca! (pelo menos eu não finjo que sou normal! rs).


PS: me divertindo com as tirinhas malucas dos Malvados



Boa semana!

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Eu desembarquei dodói... Mas já tô melhor.
De qualquer forma, o fim de semana foi tranquilo. Só saí no sábado, com meu amigo pra almoçar e assistir "Os Simpsons".

"Estamos sempre esperando que nossas vidas comecem...
...Mas tudo que temos é o agora." (do seriado One Tree Hill)
Mais uma semana começa. Aproveitemos da melhor maneira que pudermos!

Dia dos Pais

domingo, 12 de agosto de 2007

Sei que eu deveria escrever um belo texto sobre o dia dos pais, quem sabe uma homenagem ao meu pai ou algo assim. Mas não posso. Só o que posso fazer é falar a verdade, escrever sobre o que conheço e o que sinto. (texto grande, não espero que todos leiam...)

E a verdade é que eu e meu pai sempre tivemos um relacionamento complicado. Como filha mais velha e mais precocemente ciente do que acontecia ao meu redor, não me recordo de ter vivido aquela fase em que nosso pai é nosso herói. O que ficou gravado em minhas memórias era o quanto ele estava ausente na maioria dos momentos em que precisei dele.
Todos meus defeitos ou problemas eram motivo de crítica severa; minhas qualidades e esforços, por sua vez, não eram recompensados na medida que eu julgava que deveriam ser. Exemplo das duas situações: quando nova eu era bastante tímida, muitas vezes me sentia melhor na presença de pessoas mais velhas do que correndo com crianças desconhecidas, filhos dos amigos deles. Ele ralhava: " você é anti-social, isso é culpa desses complexos que você tem; culpa da sua mãe, tá igual a ela!". Por outro lado, eu tinha facilidade no aprendizado na escola, sempre tirava notas boas. Ele gostava de falar sobre o quanto a filha era inteligente... Estudei em escola particular no 1º grau, pois na época, minha mãe era funcionária da extinta Rede Ferroviária Federal, que custeava parte dos estudos. Mas ao chegar no 2º grau, o benefício acabava. Meu pai me disse que eu deveria passar na prova para escola pública ou ficaria sem estudar porque ele não pagaria. Fiz, contra vontade, prova para o que, na época, se chamava "normal" (que eu não queria cursar de jeito nenhum) e passei. Mas estava decidida a não cursar, por isso, minha outra opção (na minha cabeça, a única) era a Escola Técnica Federal. Graças a Deus passei muito bem colocada e pude me formar técnica em química. Fim do 2º grau, sonhava em fazer faculdade. Novamente ouvi: "só se for pública". Meu avô materno pagou a inscrição no vestibular da faculdade que cursei: Universidade Estadual da minha cidade, onde me graduei em ciências biológicas (o que me manteve, na época da faculdade, foi a bolsa de iniciação científica). Havia passado na UERJ também (enfermagem), mas não tinha como me manter no Rio de Janeiro. Queria tentar o vestibular da faculdade de medicina da minha cidade, mas desisti porque sabia que meu pai não pagaria mesmo... Eu não teria, evidentemente, sido, por muitos anos, tão revoltada se soubesse que meu pai não tinha condições financeiras para pagar minha faculdade ou me dar ajuda para estudar no Rio. O problema é que, naquela época, ele ganhava o suficiente para isso, entretanto tinha outras prioridades como gastar em noitadas (pagando também pros "amigos"). Ele dava extremo valor a que sempre tívessemos comida em quantidade e qualidade, isso nunca faltou em casa (ainda que a casa estivesse prestes a desabar sobre nossas cabeças). Estranho que nunca tenha percebido que os filhos precisam também de atenção, presença, elogios quando se esforçam, roupas, medicamentos quando adoecem, educação de qualidade para estarem aptos à concorrência por vagas no mercado de trabalho, etc.
Eu era a filha "revoltada", como ele me chamava. Não porque tenha me desviado, nem usava drogas, nem roubava, nem nada do tipo. Ao contrário: diria até que fiquei responsável demais antes do tempo. Ele dizia apenas porque era a única das filhas que "batia de frente" com ele, que não aceitava as atitudes dele e deixava isso bem claro através de palavras (que viravam discussões, muitas vezes apartadas por mamãe) ou deixando de falar com ele ou tomando algumas atitudes como ficar um ano sem entrar no carro dele por ter me recusado carona num dia que perdi a hora da escola (eu nunca pedia, esse dia foi exceção. Arrependido, depois que saí de casa, ele foi com o carro atrás de mim. E eu, a "revoltada", recusei-me a entrar e ainda disse que não colocaria os pés no carro nunca mais - detalhe: era dia de prova e eu só não perdi porque fui de bicicleta com um colega!).

Anos atrás, quando ele e mamãe deixaram de morar juntos, foi um alívio para mim. Já não tínhamos que ouvir críticas o tempo todo (especialmente mamãe), nem vê-lo chegando bêbado às 3 da madrugada, nem ter que presenciar as discussões... Mas ele ficou cada vez mais distante, pouco nos víamos, pouco nos falávamos... Ele reclamava com mamãe que eu não o procurava; eu respondia que ele também não me procurava e que além disso "cada um colhe o que planta" e era esse o tipo de relacionamento que ele tinha plantado.

Diabético a no mínimo 10 anos, nunca se cuidou. Continuou levando a vida de antes, de excessos, comendo e bebendo o que queria, sem se cuidar. Aniversário, dia dos pais, natal, ano novo e qd nos víamos, eu e minhas irmãs alertávamos. Mas acho que ele nunca pensou que poderia acontecer com ele. Adoecia, não se cuidava, só ia ao médico quando a situação agravava. Um dia, eu mesma o levei ao médico e o médico disse "se você não seguir a medicação, a dieta e não parar de beber, não precisa voltar. Não quero vê-lo morrer". 3 meses, foi o tempo que ele seguiu as recomendações médicas. Depois, vida normal.
Até ano passado, quando tudo mudou. Embarquei em fevereiro, ele estava com febre e na véspera do embarque tentamos (eu, mamãe e irmãos) levá-lo ao médico. Ele se recusou. 2 ou 3 dias depois, na plataforma, ao ligar pra casa, soube que ele estava internado: 2 dedos do pé direito amputados. Quis desembarcar, mamãe pediu que não, pois precisaria que eu ficasse com ele durante minhas folgas. Foi um embarque horrível, eu chorava muito, sabia que mamãe escondia algo; ela só dizia que eu não poderia fazer nada naquele momento, que deveria continuar embarcada pra ter as folgas e ajudá-lo nesse período. Quando desembarquei é que minha irmã me contou que os demais dedos do pé direito também tiveram que ser amputados. Chorei tudo que eu achava que podia, não queria chorar no hospital. Depois descobri que as lágrimas não tinham acabado.
Seguiram meses até que ele se recuperasse. Limitado pela doença, ele tinha mesmo que contar conosco, com mamãe e com os filhos - e foi assim que nos reaproximamos. No segundo semestre do ano passado, a visão começou a declinar. Viagens ao Rio de Janeiro para tratamentos com laser, injeções, colírios, culminando numa cirurgia para pôr uma válvula no olho - nenhum tratamento era eficiente para controlar o glaucoma causado pela diabete. Ainda assim, a visão não melhorou... Apenas não piorou, pois havia risco de ficar irrecuperavelmente cego.
Início deste ano, nova cirurgia, graças a Deus menos invasiva. Diagnóstico de que será preciso colocar válvula no outro olho.
Ele vai ao médico, toma os medicamentos, tenta fazer dieta (reclamando muuuuito)... Mas não consegue parar de beber. Como filha "rebelde", fui a primeira, há muitos anos atrás (ainda adolescente), a dizer a ele que tinha problemas com a bebida. Ele não admitiu, brigamos e ficamos meses sem nos falar. No fim do ano passado, mesmo depois de tudo que tinha acontecido, nós o flagramos bebendo no bar perto da casa onde morava. Reunimos toda família, conversamos com ele, lembramos todo sofrimento que ele passou e que nós passamos juntos. Ele zangou, disse que nós estávamos querendo privá-lo de tudo. No Natal, todos reunidos, falamos de novo no assunto e ele disse que não faria mais.

Qd voltamos pra casa semi-reformada, ele foi morar na casa que estávamos alugando, pertinho da gente. Liguei pra casa dele ontem, ninguém atendeu. Então falei com minha irmã. Estava zangada com ele porque duas semanas atrás ele estava no bar, perto da "nova" casa, bebendo; mas ela disse que ia falar com ele hoje, já que é dia dos pais.
Liguei hoje de novo. Mais uma vez, ele não estava em casa. Telefonei pra casa de mamãe, meu irmão atendeu. Triste, até chorou (coisa rara de acontecer). Disse que papai foi com algum colega pra praia. Meu coração doeu. Liguei pro celular de papai. Sim, ele tinha bebido. "Duas cervejinhas", é o que ele sempre diz. Saiu porque minhas irmãs não estão falando direito com ele nos últimos dias, chateadas - com razão! - pelo evento de quase duas semanas atrás. Nem esperou que elas fossem hoje na casa dele. Tento conversar com ele, conversa difícil, não tenho nem forças pra falar como antes - como a "filha revoltada", conforme ele dizia. Na minha voz, apenas tristeza. Peço que volte pra casa e ligue pro meu irmão para tranquilizá-lo. Ele reclama que está sendo desprezado pelas minhas irmãs, eu esclareço que é só uma forma de defesa porque ninguém mais aguenta ver ele destruindo a precária saúde que lhe resta. Ele diz que isso não ajuda, só faz com que ele fique pior. E eu pergunto: "O que ajuda? Já conversamos, fizemos o que podia ser feito. Não sei mais... Mas acho que só o que pode ajudar é o senhor admitir que tem um problema e que precisa mesmo de ajuda!". A verdade é, apesar dos pesares, ele nunca admitiu.

E tudo que eu queria era telefonar, falar com ele ouvindo a voz de meus irmãos ao fundo entre risadas, saber que está tudo bem e só desejar "feliz dia dos pais"...

A vocês, que são pais: sejam o melhor que puderem. A vocês, que são filhos: valorizem se tem um pai que, ainda que não seja perfeito (porque é humano), está sempre tentando fazer o melhor. A vocês, cujo pai está em outro plano: não se sintam tristes, agradeçam o tempo que o tiveram por perto fisicamente e saibam que seus pensamentos e sentimentos chegarão onde quer que ele esteja. A vocês, cujo pai é ausente: tentem cultivar o perdão (não é nada fácil, mas também não é impossível).

No mar e além...

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Nesse embarque já vi golfinhos (vi ontem de novo) e também vi 2 baleias... Estou me sentindo na Discovery Channel ou na National Geographic! rs. Muito legal!

Cumpriram o prometido e mandaram um colega pra revesar comigo. Bom, porque, a partir de amanhã, o trabalho deve aumentar bastaaante.

Como ficamos a manhã inteira sem net e sem telefone, só agora estou terminando de resolver algumas pendências e poderei visitar alguns blogs.
E enquanto estávamos assim, sem comunicação, ainda mais isolados do mundo, fiquei rabiscando o papel...

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Posso deixar que me conheça, posso desejar que me entenda... Mas é um erro tentar saber mais de mim do que eu mesma. Serão sempre hipóteses. Algumas coisas são insondáveis.Há regiões em mim que nem sequer eu explorei. Acho que é assim com todo mundo - espero que seja. Creio que cada pessoa tem todo um universo dentro de si, com várias galáxias ainda desconhecidas. Mesmo assim, podemos compartilhar estrelas, satélites, sóis... Meu universo pode expandir-se até o seu e vice-versa. E isso é mágico...
Beijos, gente!

Sobre o trabalho... E sobre pequenas coisas...

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Apareci para dar notícias. As vezes fica um pouco difícil atualizar o blog, principalmente quando estou sozinha aqui no trabalho. Meus horários viram uma bagunça, o sono fica desregulado... Enfim, tudo fica meio caótico. Mas na quarta-feira, ou seja, amanhã, vai chegar um colega pra revesar comigo (pelo menos foi o que me prometeram! rs), mesmo porque o trabalho vai aumentar consideravelmente.
À noite, quando estou no camarote, muitas vezes escrevo (a velha combinação papel e caneta, lembram? rs), porém não tenho tido tempo de avaliar se é publicável. Além disso, algumas coisas que escrevo acabam ficando incompletas (aliás, isso é até assunto para um post!). Nas duas últimas noites, apesar da necessidade de escrever, fiquei envolvida com trabalho: primeiro por causa de uma operação que parecia interminável e me manteve alerta até 4:30 da madrugada; ontem tive que começar a "estudar" para a próxima operação que vai acontecer (detalhe que não faço nada desse tipo há uns 3 anos e meio e ainda vou ter que usar um equipamento que nunca usei antes); e hoje vou ter que fazer uns cálculos (eca!) também relacionados a essa tal operação.

Mudando de assunto, há aquelas pequenas coisas boas que nos ajudam a ficar mais leves:

- Final de semana, eu já de saco cheio das mudanças de programação (que acontecia de meia em meia hora) e do mau humor de determinada pessoa, recebo o chamado de um colega. "Vai ali na proa boreste pra vc ver uma coisa!"... Eu, no auge do meu "enorme senso de localização": "Ahn? Onde?". E ele: "Ali do outro lado do heliponto". Ah, tá, agora sim... E lá vou eu... Então eu vi, ali na água, pertinho da plataforma, um golfinho. Ele estava sozinho e ficou ali brincando quase meia hora - mergulhando, submergindo, dando voltinhas e lançando aqueles jatos d'água... Ah, podem me chamar de boba, mas fiquei encantada! E realmente saí dali me sentindo mais leve...

- Domingo foi aniversário de um colega daqui e teve uma pequena comemoração, com direito a bolo de aniversário, salgadinhos,etc. Infelizmente saí da minha dieta (mas foi só nessa hora, viu?). Apesar de fisicamente mais pesada, depois de meia hora de papo com o pessoal sobre assuntos diversos, tendo inclusive sido intimada a provar o tal do chimarrão (porque aqui tem gente de tudo qt é lugar! Aliás, achei muuuito amargo! Nem mel dá jeito! rs), eu me senti mais leve depois do dia cansativo...

- Recebi um e-mail de uma amiga que me fez lembrar dos meus amigos. São poucos, mas o que conta em relação à amizade é a qualidade, não a quantidade. É bom, de vez em quando, lembrar como os amigos são importantes em nossa vida... Eles a tornam mais leve.

E até que a primeira semana desta quinzena passou rápido! Que continue assim, pois qd desembarcar terei folgas e, em seguida, férias!

"Fase equivalente"

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Eu teria motivos para estar estressada. Mas não estou. Poderia até dizer que isso é bom e sei que provavelmente me chamarão de maluca por, na verdade, achar isso meio preocupante. É até difícil explicar, nem sei se vale a pena tentar... De qualquer forma, lá vai: há 2 tipos de estados "zen" do meu ponto de vista - o primeiro em que o humor vai bem e pequenos aborrecimentos e preocupações não nos afetam; o segundo em que o humor é indefinível e nada nos afeta com a intensidade adequada (pequenos ou grandes aborrecimentos, bem como pequenos ou grandes acontecimentos agradáveis), ou seja, ficamos a um passo da apatia. Outra observação que tenho feito é que, após esse estado de apatia, pode vir uma tempestade emocional.

Nas horas mais ociosas, procurei me distrair na Net pro tempo passar mais rápido. Mas, "pra variar", tudo aqui é bloqueado e não consigo ler vários dos eBooks que encontrei porque não posso instalar programas compatíveis com o formato dos arquivos. [convenhamos que isso, por si só, já é motivo para causar estresse! rs] Até que encontrei um que consegui abrir: Luta pela mente, de William Sargant. Como o dia foi relativamente calmo e não havia tanto trabalho assim, li 2 capítulos. Fala sobre o funcionamento da mente humana - especialmente em situações de estresse - e de mecanismos de (re)condicionamento, comparando com experimentos realizados pelo fisiologista russo Pavlov lá pela década de 30. Daí que o cara identificou 3 estágios de inibição nos cães submetidos a pressões e conflitos que não estavam capacitados a responder (e que pode ser causado até pelas condições físicas do animal, como doenças e trabalho exaustivo). E o primeiro estágio foi chamado de "fase equivalente", em que o cão respondia da mesma forma a estímulos de diferentes intensidades, sejam negativos ou positivos.
Trechinho do livro: "...pessoas doentes dos nervos queixam-se frequentemente de que se tornam incapazes de sentir tristeza e alegria tão intensamente como antes. Em resultado da fadiga e debilitação um homem pode descobrir, para o seu desgosto, que a excitação de receber um legado de dez mil libras não é maior do que se fossem apenas 6 pence."

Nem vou registrar as duas próximas fases. Porque, pra começar, decidi não me preocupar antecipadamente com tempestades que podem nem acontecer. Além disso, este não é um blog de psicologia/psiquiatria (embora o tema me interesse). Também não pretendo criar polêmica com a questão de se comparar cães a seres humanos ou entrar no mérito de utilizar animais para fazer experimentos (embora seja de conhecimento geral que muitas descobertas científicas só foram possíveis devido ao uso de cobaias). Apenas registrei porque achei curioso ter encontrado esse texto ao acaso (eu não estava procurando nada específico) justo no dia em que eu estava "filosofando" sobre o assunto...

Agora que tirei as teias de aranha do blog, vou à reunião das 19:00... E, então, finalmente acaba meu turno. Amanhã (ou talvez ainda hoje, dependendo da disponibilidade de computadores... e do meu nível de fadiga, que só poderei avaliar após um bom banho) estarei atualizando minha leitura no blog de vocês.
 

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