Ô fase negra

terça-feira, 19 de outubro de 2010

O que me manteve viva no fim de semana foi Gabriel. Conheci um lado tão carinhoso e companheiro do meu filho, um lado que eu desconhecia antes. Ele ficou o tempo todo comigo, me enchendo de carinho e atenção (geralmente ele está ocupado demais pra essas coisas... rs). E essa foi a única coisa boa que me aconteceu nos últimos tempos. Quanto ao resto, só derrota.

A segunda-feira foi como era de se esperar... Tensa. Fiquei cara a cara com meu gerente, ele me deu bom-dia e eu não respondi. Fiquei muda como uma múmia. Não foi de nervoso, não. Foi proposital. Porque eu não desejo pra ele nenhum bom dia. Quero que ele tenha dias horríveis e semanas infernais. Uma colega minha que viu a cena ficou abismada. Ela perguntou como consegui fazer isso e eu respondi que simplesmente não pude ser tão hipócrita.

Quando chamei o supervisor que achei que tinha me "prendido" aqui (e, sim, ele teve uma parcela bem grande de culpa), ele ficou receoso de conversar comigo na frente de todos. Era tão evidente que eu tava puta da vida, que ele já previa que a conversa ia ser, no mínimo, tensa. Não conseguiu sala de reunião, então fomos conversar na recepção. Falei tudo que eu pensava. Vou perder mais o que?

Falei com meu ex-supervisor também. A este, eu fui só agradecer. Foi o único que me apoiou aqui dentro, abraçou minha causa. E está sendo detonado aqui por um bando de gente babaca e escrota porque, dentre todos, ele é o único líder natural e que tem talento na gestão de pessoas. E foi falando com ele que eu entendi quem realmente ajudou a me prender aqui (pensei que nada me surpreenderia, mas me surpreendeu). Também ficou confirmado que uma pessoa importante não passa de marionete (sim, eu já sabia disso, só não sabia ainda quem estava mexendo as cordinhas. Agora já sei).

Pois é, as coisas funcionam desse jeito. Fulaninho é amiguinho de cicraninho, então vai pra gerência. Não precisa ter mérito nenhum. Um cara enrola trabalho, se dá mal com meio mundo por onde passou, mas vai voltar a embarcar porque está perto de aposentar e quer aumentar a renda. Eu estou enojada. Sei que tô aqui e que essa droga paga minhas contas (ou pagava até agora, porque com a redução salarial possivelmente vou é ficar cheia de dívidas!), sei que sou concursada e blábláblá... Mas odeio tudo isso. Não vou negar: meu currículo tá preparado e penso em fazer outro curso, outro concurso... Qualquer coisa! Mais cedo ou mais tarde, preciso sair daqui ou vou acabar tendo um câncer! Não é possível, eu mereço coisa melhor.

Infelizmente eu não tenho QI (Quem Indique), costas quentes, nem nada do tipo, então permaneço nessa porcaria administrativa. Já terminei o trabalho que estava fazendo. Poderia perfeitamente embarcar amanhã. Mas estou presa. E me sinto sufocando aqui dentro. Quem se importa? Ninguém, claro. Até mesmo quando procurei um certo apoio emocional, só encontrei críticas e discussões. Mas a culpa foi minha. Eu não devia procurar nem esperar nada de determinadas pessoas. Pensando direitinho, foi bom pra eu aprender. Nada melhor que um choque - ou uma ferradura jogada no ar e que acerta direto na cabeça da gente quando já estamos no fundo do poço - pra nos fazer acordar de vez.

"Pensando bem
Não vale a pena
Ficar tentando em vão
O nosso amor não tem mais condição
Por isso resolvi agora lhe deixar de fora do meu coração
Com você não dá mais certo e ficar sozinha é minha solução..."

PS: Quanto a apoio emocional, estou tendo da minha família. No final, é em quem a gente pode confiar mesmo (quando tem um pouco de sorte). E quem tem muita, muita sorte, pode contar também com 2 amigas maravilhosas (é meu caso. Camillinha e Gil são as pessoas que mantem o pouco da sanidade mental que me resta, tornando proveitosos esses dias de escritório).

PS 2: A coisa tá tão feia que nem meu psiquiatra me dá moral. Difícil arrumar vaga pra mim. Meus remédios acabam hoje. Se não tomar amanhã, posso perfeitamente chegar aqui na quinta ou sexta e colocar fogo no tapete autolimpante (What porra is that?) daqui do escritório. Enfim, eu odeio mesmo isso aqui com força. E sinceramente, só ia mandar e-mail pra avisar dos meus planos terroristas pra uma meia dúzia de pessoas que acho que vale a pena preservar (estranho mas, no momento, só me lembro de três pessoas! Deve ter mais no meio dessas 50 pessoas que trabalham por aqui...! Talvez eu lembre antes de acender o fósforo ou isqueiro, apesar de eu nem ter isqueiro porque não fumo).



6 comentários:

Anônimo disse...

Miga linda... obrigada pelo carinho! Estarei sempre do seu lado para te ouvir e ajudar no que for preciso, mas, infelizmente hoje, parece que a casa caiu para todas...hehehe! beijinho carinhoso!

Palavras Vagabundas on 19 de outubro de 2010 às 15:29 disse...

Tati,
calma...vai xingando, mas vá em frente, coisas melhores estão por vir. Porque depois de chegar ao fundo do poço o único caminho é para cima.
abs carinhosos
Jussara

Luciana on 19 de outubro de 2010 às 20:18 disse...

Ahahah embora o assunto seja sério, não deu pra não rir dessa parte:

"Foi proposital. Porque eu não desejo pra ele nenhum bom dia. Quero que ele tenha dias horríveis e semanas infernais."

Aliás, esse post está meio cômico mesmo, a parte do atentado e o lembrar das pessoas q talvez estivessem mas não lembra foi ótima!

Fabiana... on 19 de outubro de 2010 às 22:09 disse...

olha... simplesmente adorei, adorei sua postura com seu chefe.
queria muito conversar com vc, sabia? de func pública pra func pública... vamos marcar qq dia? só te digo uma coisa... bola pra frente. no serviço público as coisas podem mudar vertiginosamente rápido.
beijocas e força!!!

christine on 20 de outubro de 2010 às 10:08 disse...

Pelo menos vc está na fase vamos rir para não chorar! Seu post hoje está hilário, apesar do assunto ser muito sério.
Beijo e fique com Deus.
Ah! Sabe que quando fui ao Brasil me exonerei, depois de 25 anos de serviço? Uma sensação de alívio indescritivel! :P
Beijo again!

Daniel Savio on 21 de outubro de 2010 às 05:31 disse...

Aff, fui meio que excluido, mas está valendo a nossa amizade =P

E se cuida pessoa.

Fiquem com Deus, amiga e sobrinho.
Um abraço.

 

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