segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Mais uma semana começa. Independente da minha vontade, diga-se de passagem. Aliás, tudo no momento parece acontecer contra minha vontade. E na contramão dos meus esforços. Meu pai continua internado. Eu continuo sem conseguir emagrecer. Vejo colegas que não fizeram absolutamente nada serem promovidos enquanto eu - que, sem falsa humildade, ralei muito no ano passado – recebo, no máximo um “muito obrigado”. Honestamente, isso acontece todo ano e eu já não me importava mais. E não me importaria agora se estivesse embarcando porque eu simplesmente me isolo dessas coisas, sem ter que lidar com incompetência de um e de outro dia após dia; tenho minhas folgas e isso basta. Mas estou aqui, no escritório, presa, e sem nenhum reconhecimento enquanto tem profissional medíocre recebendo promoção! Aí já é demais, não tenho sangue de barata. Não há antidepressivo no mundo que elimine esse sentimento de que nada aqui vale a pena. Aí eu mudo o papel de parede do computador, coloco uma foto do meu filho. É pra me lembrar que é por causa dele que estou aqui. Mesmo que ele passe mais tempo com minha irmã do que comigo e prefira a companhia dela à minha. Amor de mãe é incondicional. E eu ponho fone no ouvido porque não quero saber do que se passa a meu redor (só abro exceção para escutar as aventuras de uma amiga minha – que, a propósito, é a única que conseguiu me fazer sorrir de verdade hoje). Mas quando ela volta à sua mesa, deixo meu e-mail de trabalho aberto na tela e ponho os fones de novo. Agora toca Engenheiros do Hawaí: Infinita Highway.

“Estamos sós e nenhum de nós sabe exatamente onde vai parar. Mas não precisamos saber pra onde vamos, nos só precisamos ir. Não queremos ter o que não temos, nós só queremos viver...”

“Não queremos lembrar o que esquecemos, nós só queremos viver. Não queremos aprender o que sabemos, não queremos nem saber...”

“... Será a estrada uma prisão? Eu acho que sim, você finge que não. Mas nem por isso ficaremos parados com a cabeça nas nuvens e os pés no chão. Tudo bem, garota, não adianta mesmo ser livre se tanta gente vive sem ter como viver...”

“Estamos sós e nenhum de nós sabe onde quer chegar. Estamos vivos, sem motivos... Que motivos temos para estar? Atrás de palavras escondidas nas entrelinhas do horizonte desta Highway...”

“Eu vejo o horizonte trêmulo, eu tenho os olhos úmidos... Eu posso estar completamente enganado, eu posso estar correndo pro lado errado. Mas a dúvida é o preço da pureza... e é inútil ter certeza...”

“Minha vida é tão confusa quanto a América Central, por isso não me acuse de ser irracional.”

“Na boca, invés de um beijo, um “chiclé” de menta e a sombra do sorriso que eu deixei... numa das curvas da Highway...”

Agora é esperar a tarde acabar. Assim, completamente inútil. E tomar um dramin pra dormir na viagem de volta pra casa porque eu me recuso a ficar mais 2 horas e meia pensando e tentando achar um sentido pra isso que estou levando - e que alguns até chamam de vida (pra mim parece mais alguma coisa como estar enterrada viva).

OBS: Por favor, dispenso comentários do tipo “a vida é bela” (se você acha isso, quer trocar de lugar comigo?) ou “olhe o sol brilhando lá fora” (daqui, de dentro dessa prisão com ar-condicionado, não dá nem pra saber se faz calor ou frio lá fora).

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