Dias de tristeza e coincidências funestas

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

O irmão de uma amiga, acidentado na sexta-feira (enquanto pilotava uma moto), faleceu ontem à tarde. Depois de trabalhar o dia inteiro, pedi à minha mãe que ficasse com Gabriel para eu ir ao velório. Descobri que meu carro estava com problemas e fui de taxi. Quando cheguei lá, encontrei-a inconsolável, ao lado do corpo do irmão de 18 ou 19 anos. Estava preocupada com ela, pois sabia que ela já andava em um processo depressivo (como eu conheço isso bem!). Ela me confessou que a única coisa que a fazia manter-se viva era seu filho de 3 anos. Pude sentir o que ela estava sentindo. E eu, que nunca fui boa companhia para enterros e velórios - porque capto todo aquele sofrimento como um imã e choro sem parar -, fiquei lá com minha amiga, chorando até a exaustão (obviamente) até que a convencemos a ir para casa encontrar-se com seu filhinho.
Ainda lá, descubro que o pai de uma outra amiga - que há pouco tempo estava no mesmo velório em que eu fui - faleceu também. Mal pude acreditar. Concordemos: é uma coincidência funesta. Ele tinha apenas 49 anos e quando falei com ela ao telefone, senti que a ficha ainda não havia caído para ela.
Pois bem... Fui a encarregada de dar a notícia aos colegas de trabalho, já avisando que eu não iria trabalhar no dia seguinte (no caso, hoje) para me desdobrar nas atenções com minhas duas amigas. Elas trabalham comigo e todos ficaram solidários.

Hoje foram os sepultamentos. O primeiro, 13:00. O segundo, 13:30. Detalhe: em cemitérios diferentes, em lados opostos da cidade. E eu sem carro. Daí fui mais cedo ao velório do pai da segunda amiga. Depois fui ao do irmão da primeira. Foi aí que descobri que o pessoal do escritório estava vindo para Campos. Foram primeiro ao velório do irmão de nossa amiga (já quase na hora do enterro) e seguiram (eu de carona) para o outro cemitério para dar apoio à amiga que perdeu seu pai (foi quando vi que a ficha dela tinha, finalmente, caído). E eu chorando, chorando, chorando... até não ter mais lágrimas. Gente, é uma coisa muito triste... Ver pessoas que amamos sofrendo tanto e não podermos fazer nada para amenizar o sofrimento, sabe? Ainda mais tudo ao mesmo tempo.

Eis o resumo dos meus dois últimos dias (ontem e hoje). E será complicado amanhã também. Decisões deverão ser tomadas por outras pessoas e irão influenciar diretamente minha vida, meus planejamentos...
Além disso, terei que cobrir o trabalho de uma das minhas amigas, acumulando mais uma função (a terceira!).
Enfim, me sinto cansada. Esgotada emocionalmente. Nem sei como terminar esse post. Então, vou terminar assim, simplesmente com um ponto final depois dessa frase porque, embora prefira as várias possibilidades das reticências, hoje um ponto final é mais adequado.

PS: Um grave defeito é que sou demasiado prolixa. Então, não consegui encerrar no ponto final. Queria dizer que há algum tempo, não sei mais no que acredito. Mas, com certeza, hoje eu queria acreditar no seguinte:

"As almas quando se amam,
Nem a morte as intimida.
Regressam a berço novo
E encontram-se noutra vida."

Lembro-me dessa frase, lida há muitos anos atrás e atribuída a Antônio de Castro, dos tempos em que eu me dedicava ao estudo e prática do espiritismo kardecista.

8 comentários:

Daniel Savio on 19 de janeiro de 2011 às 21:08 disse...

Realmente uma coincidência funesta, muito funesta...

Espero que ambas se recumperem.

Fiquem com Deus, amiga e sobrinho.
Um abraço.

Luciana on 19 de janeiro de 2011 às 21:44 disse...

Puxa vida... Que triste...

Eu acredito que nossa trajetória não termina aqui, mas mesmo assim é dificil superar a ida de pessoas jovens, não é? Menos mal que pelo menos você pode dar apoio aos que ficaram. Tenho certeza que foi muito importante pra eles.

Beijos e fica bem.

Lu

Kah on 20 de janeiro de 2011 às 00:49 disse...

Nessas horas que meu lado má aflora e só consigo pensar "e os canalhas que andam lindos e serelepes por aí, hein?". Sei não, mas acho esse mundo injusto pacas.

Fica bem e força.
Beijão!

Palavras Vagabundas on 20 de janeiro de 2011 às 10:06 disse...

Toda minha solidariedade ambos eram jovens.
abs
Jussara

Jens on 20 de janeiro de 2011 às 12:02 disse...

Nada a dizer, Tathi, a não ser lamentar o sofrimento das tuas amigas e desejar que ambas se recuperem o mais rápido possível. Posso garantir que a dor vai passar. Daqui a três semanas vai fazer um ano que minha mãe morreu. A dor virou saudade e boas lembranças.

Beijo.

Fatima Valeria on 20 de janeiro de 2011 às 20:50 disse...

Tathi!
Admiro vc, não é todo mundo que se dispõe a "sofrer" com o outro, amparar a dor, e em duas ocasiões. Suas amigas irão se recuperar, e lembrar que vc esteve presente naquele momento, isso é muito importante, ter alguém. É bom saber que ainda existe a palavra doação.
Um abraço grande

Helena on 21 de janeiro de 2011 às 07:51 disse...

Muito dificil perder algum que amamos...eu tb choro demais em velório e enterro mesmo que não é algum diretamente ligado a mim...acho que eu não sei lidar com a morte...no fundo acho que ninguém sabe!!!

Melhoras...


beijos

China na minha vida by Christine Marote on 23 de janeiro de 2011 às 00:50 disse...

Concordo plenamente com a citação que vc colocaou Thati. se não acreditar, me agarrar nisso fica dificil encarar as perdas que sofremos e ter forças para continuar. Beijo grande.
Chris

 

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