Isso não é um post... É quase um livro. Mas eu tinha que escrever.

domingo, 1 de abril de 2012

Resumo do meu processo pós-cirúrgico:

Morando em uma cidade e trabalhando em outra, numa rotina desgastante e sem tempo pra nada, levei cerca de um ano para fazer todos os exames, testes, consultas... Então, para quem está nesta fase – e que não é fácil, mas que realmente tem este objetivo, persista.

Meu plano de saúde cobriu tudo. Mesmo assim, levou pouco mais de um mês para que o hospital liberasse devido à necessidade de fazer cotação dos materiais e essas burocracias... Com meu plano foi rápido: em 5 dias estava liberado.

Infelizmente, a cirurgia foi adiada devido a uma infecção urinária que tive no fim de semana anterior à data marcada. Alguns dias tomando antibiótico e remarcação da cirurgia. Que esperou tanto, espera mais um pouco certo? O problema é que o hospital deu prazo. E o prazo era até 29/03. Mas consegui fazer a cirurgia dia 27/03.

Dia anterior à cirurgia:

Dieta líquida. Mesmo assim, fui trabalhar no período da manhã. Meu namorado foi a Macaé comigo e voltamos juntos pra Campos. Fome? Senti, sim. Mas não foi incontrolável.  E pelo menos podia tomar água e líquido a vontade. Estou dizendo isso porque a situação piora... Rs. Mas, enfim... Meu namorado foi um fofo e eu resisti a todos os sólidos. Após 22:00, nem líquidos mais eu ingeri.

Não consegui dormir na véspera da cirurgia. Mas o que me detonou mesmo foi uma enxaqueca infeliz na madrugada. Não sabia se podia, porém tomei um remédio sublingual porque eu não estava suportando. Melhorou bastante, mas não passou.

Dia da cirurgia:

Cheguei ao hospital às 6:30. O sistema estava fora e fizeram o preenchimento da papelada manualmente. Fui mandada pro quarto. Meu namorado ficou comigo. Eu alternava entre ansiedade e uma certa calma, como se não fosse comigo (coisa estranha de dizer, né?). Mas quando a maca chegou e tive que vestir aquela roupinha ridícula com touquinha, fiquei tensa. Deixar meu namorado no quarto foi complicado, me senti muito só.

No centro cirúrgico, muita gente. Ninguém achava minha veia e me espetaram meia dúzia de vezes, o que me deixou meio nervosa e com braço e mãos doloridos. De repente, senti os olhos fechando, tudo “amolecendo”... Mas não dormia. Foi aí que veio a pior experiência da minha vida toda. Não sei se é bom contar porque tem muita gente que ainda vai operar. Entretanto, sinto que se eu omitir, estarei errando. Então, vamos lá... Pois bem, não apaguei como a maioria, que nem se lembra de nada. Senti o ar faltando e pedi ajuda. A coisa foi piorando e eu não podia mais falar. Só mexia os dedos e parte inferior da perna. Todos calmos e eu ali sem respirar nada. O músculo não funcionava, tinha medo de fechar totalmente os olhos, achei que iria morrer de verdade. Demorou uma eternidade (impressão minha) para a respiração mecânica (aquele balãozinho). Depois de 3 respiradas, apaguei totalmente e não lembro, graças a Deus, de mais nada. Isso trouxe algumas consequências psicológicas que direi mais à frente...

Acordei fora da sala de cirurgia, mas ainda não estava no quarto. Sentia muitas dores e pedi ajuda. Informaram que seria ministrado medicamento para dor. Não deveriam ter feito antes? Pedia ajuda a todos que passavam. Doía tudo, até as costas. Não foi nada agradável. Além das dores, não podia NADA. Nem água (não disse que era pior que a véspera da cirurgia? rs). E eu sentia sede! Foi o dia todinho em jejum total.

Um comentário: tive dificuldade em urinar na primeira vez após a cirurgia; senti muitas dores e colocaram uma sonda de alívio. Saiu mais de um litro de urina! Meu médico, quando soube, ficou extremamente chateado por não terem comunicado a ele. Ele tem receios de infecções hospitalares e não teria liberado assim. Mas eu teria sofrido muuuuito, pois já estava com tanta dor que parecia que minha bexiga ia explodir. Depois disso, urinei normalmente. Deus ajudou para que desse tudo certo.

1º dia pós-cirúrgico:

Finalmente, de manhã, chegou água de coco. Não foi o que eu esperava, pois me indicaram tomar goles beeeeem pequenos, com se eu estivesse engolindo saliva. Obedeci, né? Dá medo fazer besteira e acabar em alguma complicação. Mas eu pensava “quem disse que isso mata sede?”. Detalhe: eram 50 mL de água de coco. Chegava de tempos em tempos, mais especificamente 2 e 2 horas. Mas na terceira vez eu já nem conseguia tomar direito. Não gosto de chá, então fiquei só na água de coco.

Confesso que fiquei meio depressiva, pensando se tinha feito a coisa certa. Daí, lembrei do meu pai, que também estava internado – e no mesmo hospital, por complicações de diabetes. E, apesar de ter chorado e tudo (e até de ter sonhado com a maldita anestesia (eu disse que é geral? Se não disse, digo agora), senti que foi algo que eu tinha que fazer, não havia muito mais no que pensar.

Minha mãe ficou algumas horas comigo, minha família foi me visitar e meu namorado só foi em casa rapidinho e não saiu de perto de mim. Paciência infinita, cuidando de mim com tanto carinho, um verdadeiro anjo. Nunca terei como agradecer.

Devido à minha ansiedade, meu médico receitou-me remédio pra ajudar a relaxar e dormir. Mas tinha muitas dores e acordei várias vezes mesmo com medicação.

2º dia pós-cirúrgico:

Além da água de coco, rolou também um caldinho (tipo uma água amarelada) bem ralinho no almoço e jantar. E tomei suquinho de laranja lima. Tudo com 50 mL. E mesmo assim parecia muito e eu não tinha vontade nenhuma de comer e, às vezes, nem de beber.

Ansiedade a mil. Ainda tendo momentos depressivos. Humor oscilando o tempo todo. Animação e desânimo. Mas eu já tenho estas tendências, né? Não foi por causa da cirurgia, embora tenha potencializado minhas oscilações. Afinal, não estou tomando minhas medicações...

Meu médico ia me ver de manhã e à noitinha. Segundo ele, tudo transcorreu muito bem, graças a Deus.

3º dia pós-cirúrgico:

Fui liberada para ir para casa. Alívio em tirar o soro, em sair do ambiente hospitalar... Chorei ao ver meu filho. Me abraçou tanto e deu tantos beijos. Disse “que bom que você voltou pra casa mamãe”... Tem coisa mais fofa? Eu o amo tanto e tanto!!!

A babá do meu filho fez minha alimentação pouco mais consistente do que a do hospital, o que pesou com força, rs. E olha que comi devagar. Ou melhor, tomei, bebi... Comer não pooooode! Rs. Mesmo assim, levei meu filho ao colégio a pé – coisa que eu jamais faria antes (ah, o sedentarismo! rs) – afinal, tem que andar para evitar embolia pulmonar. Além disso, estou aplicando clexane também com este fim. Por incrível que pareça, fazer isso ajudou, pois tenho andado extremamente ansiosa e agitada.

Apoio da família é essencial. Mas preciso dar agradecimento especial ao meu namorado que cuida de mim com desvelo incrível, carinho, paciência, enfim... Nem tem como descrever.

Curiosidades:
A baixinha aqui, de 1,54m, operou com cerca de 93,5 Kg dia 27/03.
Ao chegar em casa, em 29/03, eu pesava 87,7 Kg.
No dia seguinte 86,1 Kg.
E em 31/03, 85,3 Kg.
Mas por que essa pança não sai logo? Rs. É o único lugar que não noto diferença ainda...
Estou curiosa em saber como anda minha glicemia...
Bom, gente, escrevi pra caramba!!! Vou parando por aqui. Agradeço a torcida e incentivo. Foram realmente essenciais.

10 comentários:

JóiJói on 1 de abril de 2012 às 16:42 disse...

Thati, sinto te informar, mas o abdome, é o último lugar que vamos notar algo!!rsrs
Vc já conseguiu naufragar muita coisa! Parabéns.
Não deve ter coisa melhor que voltar para casa, e ser recebida por um filhote, fofo!
Menina, que sensação horrorenda essa, até a anestesia "pegar"!
Boa recuperação!!!!


Beijos.

Luciana on 1 de abril de 2012 às 17:44 disse...

Parabéns pelo relato, nem ficou cansativo!!

Boa recuperação, que bom que deu e está dando tudo certo, daqui a pouco essa pança não te pertence mais!!!

Bjs

Ana Banana on 1 de abril de 2012 às 23:22 disse...

Gostei muito do relato, assim me preparo melhor para a minha cirurgia.Parabéns pelo sucesso!!Beijos

Anônimo disse...

Que bom que está bem agora. O efeito da anestesia deve ter sido por nervoso e cada organismo tem uma reação, o importante é que deu tudo certo.
Esse primeiro mês é meio complicado mas depois vai ser só alegria!
Força aí! =)

Beijinhos

vava on 2 de abril de 2012 às 00:50 disse...

oi ,melhoras p/vc q deus te ilumine,e q bom esta mas pertinho sou de macae

Cris Medeiros on 2 de abril de 2012 às 07:18 disse...

Li seu relato com atenção porque sei que cirurgia é algo bastante estressante e complicado. Os médicos simplificam tudo dizendo que vai ser tudo maravilhoso, não falam em dor nem em nada. Mas o pós-cirúrgico dá um desespero e a gente sempre se pergunta mesmo se fez a coisa certa.

De qualquer maneira levante a mão para os céus de ter um namorado que te acompanhou numa hora dessas, e ter uma família a seu lado. Muitas vezes eu me internei sozinha sem apoio de ninguém, e só tive ajuda dos amigos no pós-cirúrgico.

Beijocas

Amanda on 2 de abril de 2012 às 09:23 disse...

Oi querida! Q bom q deu tudo certo! Agora é se cuidar pra dar mais certo ainda!

Bjossss

DO on 2 de abril de 2012 às 13:30 disse...

Decididamente não deve ter nada melhor do que o carinho da familia depois de tudo isso. Graças a Deus que tudo saiu bem,Tathi.
beijão!!

Luiza Lima on 2 de abril de 2012 às 20:06 disse...

Oi Thati... é a Luiza (lembra de mim???)

Resolvi entrar no meu ex blog e ver o que ainda existia, e que agradavel surpresa ver vc por aqui...

Quando comecei ler o teu post, sem nem saber do que vc tinha operado eu imaginava.

Operei a 5 anos atras, eliminei 46 kgs, dos quais alguns ja foram recuperados (isso me deixa frustrada!!!).

To tao feliz por vc.
Tenho certeza que vai continuar dando tudo certo pra vc...

Vou salvar teu blog nos meus favoritos para que eu possa te acompanhar novamente, já q não tenho mais blog, né ??

Um grande beijo,

Luiza Cristina

Dani on 2 de abril de 2012 às 21:09 disse...

Oi! vim retribuir a visitinha...prometo voltar depois pra ler tudo com calma...hoje tô meio enjoadinha! rsrsrs Estou te seguindo! Bjs

 

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