Protesto contra Privatização dos Poços de Petróleo e Gás

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Estou aqui isolada, mas não estou alheia a tudo, não. Apenas falar de certos assuntos me revolta enormemente, por isso, às vezes, evito expressar minha opinião sobre determinadas coisas. É um favor que faço a mim mesma e uma tentativa de não enlouquecer diante de todo caos que nos cerca. Evito assistir noticiários, fico deprimida e com uma sensação de impotência que me sufoca. Só que, de uma forma ou outra, a gente fica sabendo das coisas; não somos uma ilha, afinal (nem mesmo estando no meio do mar, a quilômetros da terra firme).
Hoje eu recebi e-mail falando da manifestação contra a 9ª rodada de leilões promovida pela ANP (agência nacional de petróleo) de áreas promissoras de petróleo e gás. Com as rodadas anteriores, 50% das áreas já pertecem a empresas multinacionais. No e-mail que recebi anexaram a carta que foi entregue ao presidente Lula a respeito do assunto e nela constam alguns dos motivos para ser contra os leilões:
- pela lei do petróleo em vigor a partir de 1997, Lei 9478/97, o petróleo encontrado é propriedade da empresa que o produzir e esta empresa pode fazer com ele o que quiser, inclusive exportar 100% dele;
- de 1998 a 2007, com os leilões das áreas promissoras em petróleo e gás, as multinacionais já controlam mais da metade dessas áreas. Como já foi dito, elas poderão exportar todo petróleo que produzirem e se o Brasil quiser comprar terá que comprar ao preço do mercado internacional. O petróleo e o gás que hoje a Petrobrás coloca nas refinarias e no mercado consumidor interno a preços abaixo do mercado internacional, serão vendidos pelas outras empresas a preço de mercado internacional, com encarecimento de todos os derivados de petróleo e gás;
- as nossas reservas potenciais, se usadas de forma estratégica para consumo interno no nosso país, nos garantem auto-suficiência pelos próximos 30 anos pelo menos. Mas se essas reservas tiverem a produção antecipada pelas multinacionais poderemos voltar novamente a depender de petróleo importado;
- os leilões que tornaram as multinacionais donas de 50% das áreas promissoras aconteceram quando o preço do petróleo estava entre 30 a 50 dólares o barril. Hoje, apenas alguns anos depois, já está a 80 dólares o barril, ou seja, licitar áreas promissoras em petróleo e gás é um péssimo investimento, é fazer caixa vendendo uma mercadoria que está disparando no mercado porque é não renovável;
- com a escassez, o petróleo e o gás tendem a ter seus preços sempre elevados. Possivelmente haverá maximização de animosidades entre países por conta da necessidade desses produtos, já que não há, de forma ampla, como substituir o os derivados de petróleo hoje. Para se substituir todo o consumo de petróleo e gás por biodiesel ou álcool precisaríamos de dois e meio planetas terra. Assim, mesmo considerando nosso potencial em biodiesel ou álcool é necessário poupar, racionalizar e tratar como estratégicas a exploração de nossas áreas promissoras em petróleo e gás, bem como deixar sob controle do Estado Brasileiro definir o ritmo de produção de petróleo e gás, assim como a propriedade dessas áreas promissoras.

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