Definitivamente, não sou boa em dar títulos aos posts (ou a qualquer coisa que escrevo)

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Nem precisava de asas. Só de um carro que eu pudesse dirigir com a janela aberta bagunçando o cabelo, simulando a liberdade que não consigo sentir. Pediria ainda menos: um ônibus que saísse daqui agora e me levasse pra casa. Então, eu ficaria no meu quarto – único refugio, único lugar meu – e deitaria. Seria bom dormir até amanhã. Pensando bem, o ideal seria hibernar por algumas semanas, mesmo que o inverno já tenha terminado. Afinal, de que adianta ser primavera se não há flores no meu jardim? Daqui, por detrás dessas paredes frias e das baias com computador e sem nenhuma privacidade, parece que nem existem jardins.

Agora me lembrei que uma vez, numa certa sonda, num certo embarque que mudaria meus rumos, encontrei vaso com plantas do lado de fora das acomodações. Foi divertido o contraste daquela planta ali, no meio do mar pra todos os lados. Na verdade, aqueles dias me pareciam mágicos. No entanto, eram reais e, infelizmente, eu não entendia bem a imensidão de tudo aquilo. Ou talvez eu entendesse. Talvez eu entendesse até demais e por isso tive medo.

É hora do almoço (por que o tempo parece estar contra mim em plena sexta-feira?). Todos foram almoçar e eu fiquei. Nada demais porque estar com 1, 2 ou meia dúzia de pessoas do trabalho não anularia esse sentimento de solidão. Sou um peixe fora d’água. Sempre fui. Quem se importa? Esse deslocamento nem é grande coisa, ainda que eu sempre tenha desejado ser normal, me enquadrar. Agora, eu quase aceito que isso não vai acontecer. E, bem, acho que isso significa que eu quase me aceito como sou.

4 comentários:

Anônimo disse...

Sim..mutias vezes o medo é sinal de que a gente nao crer noq ue está vivendo.:E o sabopr do medo só surge, anos depois quando a saudade bate
Obrigada pela sua visita
Dias felizes
graceolsson.com/blog

Ludi on 24 de setembro de 2010 às 21:15 disse...

90% eu assino embaixo!
A vida é complicada ou a gente que faz dela um bicho de 7 cabeças? Todo dia tento pensar nisso e não acho resposta!
Dias melhores pra gente... e pra sempre, mesmo ele não existindo!
Beijão

Palavras Vagabundas on 25 de setembro de 2010 às 18:58 disse...

Tatiana, primeiro força!
Tudo passa nessa vida, já trabalhei longe de minhas filhas por mais tempo do que gostaria de lembrar, o maior tempo foi 72 dias, contados um a um. Hoje adultas elas compreendem a ausência e se lembram com saudades dos períodos longe da mãe "chata". E para falar a verdade eu também! Aprendi a curtir esses períodos como um tempo para me reciclar e ter muitooo o que conversar com elas e o marido na volta.
Abs carinhosos
Jussara

Daniel Savio on 27 de setembro de 2010 às 16:45 disse...

Amiga, mesmo que seja o melhor refugio a tua cama, você não vai poder fugir do que a vida lhe propoem...

Fiquem com Deus, amiga e sobrinho.
Um abraço.

 

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