Inquietude

Hoje é dia de viajar para o Rio a trabalho. Vou viajar com o chefe e pernoitar por lá porque tenho que fazer uma apresentação amanhã de manhã em uma reunião. Detalhe: mais um dia sem ver meu filho. Se surgir uma oportunidade, vou falar com o chefe durante a viagem (apesar de ter mais uma pessoa que vai nos acompanhar. Será que vai dar?). Preciso mudar logo de atividade. Ando extremamente entediada no meu trabalho. O rendimento vem caindo vertiginosamente.

Às vezes queria ser como as pessoas que se acostumam com as coisas e vão levando. Também queria acreditar sem ficar questionando tudo o tempo todo. Gostaria de não ser ansiosa demais. Deve ser uma forma bem melhor de viver a vida. Imagino que eu teria paz. Mas, enfim, essa não sou eu. Eu sou a que quer tudo pra ontem, a dramática, a que não se contenta com pouco, a que fica indignada diante das injustiças e desigualdades, a que se revolta com o que não está bom, sou aquela que quer sempre saber por que.

Olhando assim, sem analisar muito, minha vida não está tão ruim: tenho um filho inteligente (coisa que eu sempre quis), tenho um namorado que é super carinhoso, compreensivo e cuida de mim, tenho um emprego estável (que não tem me trazido satisfação mas que paga minhas contas), perdi 15,5 Kg... Sei lá, talvez o inferno esteja na minha mente.

“Inferno é quando nos deparamos com tudo o que temos e precisamos, mas sempre pensando no que ficou para trás ou no que ainda está por vir”.